O consórcio Gateway, composto pela sociedade HPGB, SGPS e pela DGN Corporation, foi o escolhido para comprar 61% da TAP. Os rostos mais visíveis deste grupo são David Neeleman, proprietário da Azul e da Jet Blue, e Humberto Pedrosa, do Grupo Barraqueiro.
Na conferência de imprensa desta quinta-feira após Conselho de Ministros, foi explicado que esta proposta era a melhor a nível financeiro, nomeadamente para fazer face aos desafios de tesouraria que a TAP enfrenta a curto prazo, assim como do ponto de vista estratégica e de direcção operacional.
De acordo com a Secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, a Gateway irá pagar 354 milhões de euros pela TAP, um valor que poderá atingir os 488 milhões de euros dependendo da performance da companhia em 2015. Para já, certo, é o encaixe de dez milhões de euros que o Estado vai ter, e que poderá, mais tarde, atingir os 140 milhões de euros, consoante o desempenho deste ano, opções de compra e venda e uma eventual entrada na bolsa.
Por sua vez, o Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, explicou que a proposta de David Neeleman e Humberto Pedrosa é “significativamente” melhor do que a inicialmente entregue e que os assessores e entidades envolvidas foram unânimes na avaliação de que é a que melhor serve os propósitos.
Entre os requisitos referidos por Sérgio Monteiro encontram-se a salvaguarda da sede e direcção operacional em Portugal por um período mínimo de 10 anos; o compromisso de assegurar as ligações chave da TAP, assim como as obrigações do serviço público, pelo mesmo período e a manutenção do hub no País pelo mínimo de 30 anos. Fica ainda garantido neste contrato de compra a “estabilidade” laboral e o cumprimento dos Acordos de Empresa, assim como outros paralelos, inclusive o assinado em Dezembro de 2014, que impediu que fosse para a frente uma greve dos profissionais da TAP. Caso estas premissas não sejam cumpridas, o comprador terá consequências, entre as quais três já estabelecidas: multas diárias, cancelamento da opção de compra do restante capital da companhia de aviação e, em última análise, o Estado poderá reverter o processo de venda agora assumido.
No que respeita o plano estratégico da proposta, Sérgio Monteiro não se alongou, mas referiu que os novos donos da TAP querem reforçar a presença da companhia em todo o Continente Americano e em África, como é tendência na Europa por via da competição com low costs. O governante confirmou ainda a intenção de David Neeleman e Humberto Pedrosa em dotarem a companhia de 53 novos aviões, um valor completamente a parte da proposta financeira, algo que não acontecia com a proposta de Gérman Efromovich.
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Photo:FPP - Lisboa
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