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O CEO do Grupo Lufthansa, maior da Europa, divulgou hoje uma “revolução” de que um dos destaques é o que apelida de nova “família WINGS”, baseada no modelo ponto-a-ponto da low cost Germanwings, que prevê tenha rotas de longo curso até ao fim de 2015, e em que sobressai a ausência de qualquer referência à Star Alliance, de que foi um dos principais impulsionadores.
Aliás, na documentação divulgada pelo Grupo, com os slides da apresentação de Carsten Spohr, o que se vê é que considera que o está ‘a ganhar importância’ são as joint-ventures bilaterais, como a que acaba de acordar com a Air China e que já tem com a United, Air Canada e ANA, e que o modelo ponto-a-ponto “está cá para ficar e a ultrapassar o crescimento do modelo hub”.
Outra das ideias ‘disruptivas’ que marca a apresentação de Carsten Spohr, que actualmente é CEO da Lufthansa Passenger Airlines e a partir de 1 de Maio passa a ser CEO do Grupo, substituindo Christoph Franz, é a ênfase com que as viagens por razões privadas são 75% de todas as viagens intercontinentais e 79% de todas as viagens intra-europeias.
“As viagens privadas estão a crescer mais rapidamente que o segmento de viagens empresariais”, lê-se no capítulo dedicado ao “atractivo segmento de mercado das viagens privadas à partida da Alemanha”, que conclui com o anúncio de que o grupo vai apostar “desenvolvimento novos produtos e plataformas competitivos” para o “dinâmico” segmento das viagens privadas.
Esta ênfase nas “viagens privadas” contrasta com a ideia geralmente dominante de que os clientes empresariais são o ‘tutano’ das vendas de voos e tem como complemento o anúncio de que o Grupo Lufthansa vau expandir os seus produtos para o “private travel segment” no âmbito de “novos conceitos para o crescimento”.
É neste capítulo que Carsten Spohr anuncia a “WINGS long-haul”, descrita como uma companhia low-frills com uma nova marca quer terá sete Boeing B767 e/ou Airbus A330 “na fase inicial” e cujo início das operações aponta para finais de 2015.
“A Lufthansa está a ‘empacotar’ as suas iniciativas ponto-a-ponto e a expandi-las com a adição de uma nova companhia low-frills [geralmente traduzido para low cost] intercontinental” é o destaque do capítulo em que Carsten Spohr anuncia uma expansão da frota da Germanwings até 60 aviões e a substituição da frota da Eurowings para voos de e para a Alemanha dos CRJs para 23 Airbus A320 com voos a começarem na próxima Primavera, a abertura de uma base da Eurowings em Basileia em inícios do próximo ano, com dois a quatro A320 e a ‘promessa’ de que estão a ser estudadas novas localizações para as operações da Eurowings de e para a Áustria, Suíça e Bélgica.
O CEO do Grupo Lufthansa, ainda no âmbito dos “novos conceitos para o crescimento” diz que o modelo preconizado é a combinação de produtos baseados em hub e em ponto-a-ponto no sentido de criar o define como “omnidirectional service” nos seus mercados domésticos, explicitando que aposta numa gestão “uniforme”, “baseada no êxito da Geramwings”, e também “independente”, pois terá “multi-plataformas separadas a focarem-se nos viajantes privados price-sensitive”.
Carsten Spohr anunciou ainda durante esta apresentação que uma das apostas é a criação do que designa como “Hub de Inovação” em Berlim, para o grupo “ficar mais próximo do mundo das start-ups e da cena das tecnologias digitais”, que irá desenvolver “estreita colaboração e parceiras com companhias de Silicon Valey [EUA] para ter acesso a ideias disruptivas” e “usar os benefícios e o potencial propiciado por cerca de 300 mil passageiros por dia para desenvolver novos produtos e serviços com parceiros”.
“Pretendemos investir 500 milhões de euros em inovação no Grupo Lufthansa entre agora e 2020”, anuncia a apresentação, acrescentando que juntamente com a qualidade, a inovação estará “firmemente ancorada” nos CEOs do Grupo.
Aliás, uma das ideias destacadas por Carsten Spohr é que o Grupo deve apostar em mais “personalização” dos produtos e serviços na perspectiva de “surpreender agradavelmente” os clientes, “com o objectivo de triplicar as receitas de serviços adicionais até 2020.
A Lufthansa Passenger Airlines (que junta as suas companhias aéreas) vai evoluir “consistentemente” para ser “a primeira companhia aérea ‘5-estrelas’ no Hemisfério Ocidental”, diz ainda a apresentação de Carsten Spohr, que salienta que, no entanto, essa é apenas parte das aposta na qualidade, pois o objectivo é ser “líder em qualidade” em todos os mercados e áreas de negócios”.
O CEO do Grupo Lufthansa indicou ainda que a sua aposta passa também pelo desenvolvimento de outras aéreas do grupo, como Manutenção (Lufthansa Technik), Catering (LSG Sky Chefs), programa de fidelização (Miles & More) e gestão de viagens (Air Plus).
Carsten Spohr, aliás, avança que na sua perspectiva, até 2020 perspectiva que o ‘peso’ do modelo de hub com hubs em Frankfurt, Munique, Zurique, Viena e Bruxelas baixe o ‘peso’ no total de receitas do grupo de 70% actualmente para 60%, por aumento das fatias de tráfego ponto-a-ponto e dessas áreas complementares, designadamente pela expansão da LSG e da Tecnik na Ásia e nas Américas.
Photo:PedroMB/FPP - Lisboa
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