“Rejeitamos subsídios recorrentes e a renacionalização parcial das companhias europeias, seja por Estados europeus ou por Estados ou companhias estatais de fora da União Europeia”, diz a Lufthansa numa declaração publicada pela imprensa internacional.
A tomada de posição da Lufthansa, maior grupo aéreo europeu, refere-se ao anúncio conjunto da Alitalia e da Etihad, no Domingo, de que tinham entrado na fase final de avaliação de uma tomada de participação da companhia do Abu Dhabi na italiana (clique para ler: Etihad está na fase final de avaliação da compra de uma participação na Alitalia).
“O grupo Lufthansa apela para os decisores políticos se comprometerem com condições de negócio globalmente justas”, diz a declaração, a que já reagiu o ministro italiano dos Transportes, Maurizio Lupi, contrapondo que é o grupo alemão que parece recear a concorrência.
“O que parece é que a Lufthansa é que tem medo da competição”, disse o governante italiano, citado pela imprensa internacional, que argumentou ainda que “as preocupações [da alemã] quanto ao negócio com a Etihad confirmam que a Alitalia está no caminho certo”.
A Comissão Europeia ainda está a investigar se foram cumpridas as normas europeias da concorrência quando no ano passado os correios italianos investiram na Alitalia, como foi invocado designadamente pelo IAG (British Airways, Iberia e Vueling), terceiro maior grupo aéreo europeu (clique para ler: Comissão Europeia avisa Itália sobre plano de salvação da Alitalia).
Ontem a imprensa internacional citava o CEO da Alitalia, Gabriele Del Torchio, que anunciou à imprensa italiana que a companhia estava prestes a concretizar um financiamento bancário de 200 milhões de euros para poder continuar a voar.
As notícias referiam que se trata de parte do plano de injecção de emergência de 500 milhões de euros na companhia, 300 milhões dos quais em aumento de capital, concretizado em Dezembro, no qual não participou o grupo Air France-KLM, até então o ‘sócio industrial’ da transportadora aérea italiana, reduzindo a sua participação de 25% para cerca de 7%.
Nessas declarações, Gabriele Del Torchio disse que o grupo Air France - KLM continua a ser um “parceiro absolutamente vital” da Alitalia, sublinhando que existe um acordo comercial que vigora “pelo menos até 2017”.
O grupo Air France - KLM condicionou mais investimentos na Alitalia à execução pela companhia italiana de um plano de reestruturação e redução de custos.
A Lufthansa, por sua vez, tem sido um dos grupos aéreos europeus que mais tem invocado condições de concorrência desleais com as companhias do Golfo, além da Etihad, também a Emirates e a Qatar, por alegadamente beneficiaram de ajudas de Estado que não são permitidas às companhias da União Europeia.
A Europa, defende a Lufthansa, deve empenhar-se em manter as suas companhias aéreas privadas, em lugar de as penalizar com medidas unilaterais como as taxas de emissões de CO2.
“Nós estamos a fazer a nossa parte avançando com medidas de corte de custos dolorosas, mas precisamos de competição leal”, salienta a Lufthansa.
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